Frei Bento Domingues e Álvaro Laborinho Lúcio estiveram, ontem, à conversa com Isabel Estrada e António Marujo, na sala de atos do Instituto de Ciências Sociais. Numa sala lotada, os dois mais recentes doutores honoris causa da Universidade do Minho debateram questões como a Cidadania, a Religião e a Cultura.

Num primeiro momento, Moisés de Lemos Martins, diretor do CECS, apresentou os dois pensadores, explicando o valor de cada um na sociedade. Seguiu-se uma conversa bem humorada e cheia de conteúdo, em que se apelou ao silêncio e à escuta.

Desafiado pelo diretor do CECS a iniciar sua comunicação com uma palavra, Laborinho Lúcio escolheu “compromisso”. Foi este um dos conceitos que deu forma a toda a conversa. Para o antigo ministro da Justiça, a ideia de compromisso parece-lhe essencial, permitindo retomar a lógica de que ainda temos poder suficiente para definirmos o nosso futuro. No entender de Laborinho Lúcio “é tempo de menos retórica e mais ação, mais compromisso. Temos necessidade de ação. Porque, se não agirmos, o que temos pela frente já nem é o risco, mas sim a catástrofe”.

Por sua vez, frei Bento Domingues, um teólogo da periferia, considera que, em comunicação, uma das coisas mais importantes é a capacidade de escutar e não a capacidade de falar. Um grande problema da atualidade parece-lhe ser a inexistência do silêncio. Frei Bento Domingues, apoiado por Laborinho Lúcio, defendeu ainda a necessidade de se interrogar e de os outros se questionarem também.

A tertúlia, organizada pelo Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade com o apoio do projeto Sete Margens, decorreu nas vésperas da cerimónia de atribuição do grau de doutor honoris causa da Universidade do Minho a frei Bento Domingues e Álvaro Laborinho Lúcio.

Frei Bento Domingues e Álvaro Laborinho Lúcio à conversa sobre Cidadania, Religião e Cultura

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