No próximo dia 7 de outubro, pelas 14h30, na Sala de Atos do ICS, terá lugar a sessão inaugural dos doutoramentos em Ciências da Comunicação e Estudos Culturais intitulada “«Para quê escutar? Não basta ouvir?» Novas e velhas questões de comunicação para conseguir (sobre)viver”. O evento, que marca o início do ano letivo 2022/2023, conta com a presença de Manuel Pinto.

Entre os discursos eufóricos e disfóricos sobre a era digital, importa não perder de vista – e a distinguir – o que é nuclear e o que é acessório. Um problema que parece nuclear, particularmente para estudiosos das ciências da comunicação, consiste em averiguar se as possibilidades oferecidas, desigualmente embora, pelas redes, plataformas, aplicações e dispositivos digitais têm vindo a contribuir para uma melhor e mais efetiva comunicação entre as pessoas, nas comunidades e nas relações em planos mais amplos.

No ponto em que me encontro, tenho-me entregado parcialmente a essa tarefa. Melhor: a desenhar mapas e a observar trajetórias e experiências, explorando tópicos que me parecem menos considerados e debatidos por quem tem estudado comunicação.

Nesta comunicação procuro singularizar e problematizar a vertente da escuta e o seu jogo com a fala enquanto pedras basilares de comunicação. Numa abordagem preliminar, estarão presentes sobretudo reflexões de natureza fenomenológica, procurando rasgar horizontes sobre a pesquisa que tem sido feita, em particular sobre a escuta, bem como os desafios teóricos e empíricos contidos nas condições atuais de existência em torno dessa dimensão comunicacional.

Manuel Pinto é doutorado em Ciências da Comunicação, em 1996, professor Catedrático (aposentado) do Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho, e investigador do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade, trabalhando nas áreas de Estudos Jornalísticos, Sociologia da Comunicação e dos Media, Literacia Mediática e interessado nos estudos das culturas populares tradicionais. É co-diretor do Observatório de Media, Informação e Literacia (MILOBS). Foi membro da Comissão Diretiva e Diretor do Programa Doutoral em Ciências da Comunicação da UM e presidiu ao Conselho do Instituto de Ciências Sociais. Foi igualmente diretor do CECS. Na Universidade, integrou vários órgãos, nomeadamente o de representante dos professores no Conselho Geral, pelo movimento Universidade Cidadã. Foi jornalista do Jornal de Notícias (1980-1988), tendo regressado como voluntário ao jornalismo no jornal digital SeteMargens.com. Foi fundador e docente da Escola Superior de Jornalismo do Porto (1985); fundador e coordenador do projeto Público na Escola (1989); e membro eleito da primeira equipa do Conselho Geral Independente da RTP.

Sessão inaugural: doutoramento Estudos Culturais (2022/2023)